Após a suspensão dos voos e de um 2020 em casa, o retorno às viagens é cada vez mais esperado em 2021. Mesmo com as viagens aéreas ainda muito reduzidas em todo o mundo, algumas localidades já estão com resultados bem positivos segundo o que aponta o novo relatório realizado pela Mastercard Economics Institute.
Usando como exemplo o Brasil, a quantidade de voos domésticos que já estão reservados desde maio aponta uma recuperação de 64% em relação ao último trimestre de 2019. Segundo essa análise, um quinto das nações retornou a pelo menos 90% dos níveis antes da pandemia, no que diz respeito aos voos domésticos.
Entretanto, enquanto alguns destinos como os Estados Unidos, que já superaram em 3% o período antes da pandemia, Austrália e França que já excederam as reservas de voos domésticos no período pré-pandemia, outros países como Canadá, Nova Zelândia e Tailândia ainda continuam apenas uma fração do que tinham antes da Covid-19.
Em relação aos voos internacionais, a coisa é um tanto diferente. Nos Estados Unidos, já chega a 78% do que foi registrado em 2019, enquanto que no Brasil estamos com apenas 29% em relação ao mesmo período de 2019.
As diferenças no quantitativo levam em conta também as restrições de viagem que cada país impôs durante o período de pandemia.
O relatório se baseia na atividade agregada e anônima de vendas em toda a rede global da Mastercard para compreender melhor a próxima fase das viagens, levando em conta os desafios e também as motivações. Isso inclui o equilíbrio entre lazer e negócios, viagens locais e de longa distância, bem como economia e gastos. O levantamento também analisa as categorias de gastos que estão tendo aumento e o que elas significam para a recuperação das viagens.
Motivos das viagens
Os motivos das viagens tiveram mudanças. No Brasil, por exemplo, as viagens que acontecem para trabalho já alcançaram 45% dos níveis de antes da pandemia, enquanto que as de lazer ainda estão em 33%. Nos EUA a coisa é bem diferente, com os voos a negócios em 64% dos níveis pré pandemia e as viagens de lazer com 18% a mais do que em 2019.
Aumentos nos gastos com combustível
O consumo de combustível aumentou muito no mundo todo, 13% em relação ao pico anterior em 2019. Atualmente, no Brasil, os gastos com gasolina são 31% maiores do que eram no final de 2019, o que indica, portanto, um maior número de viagens terrestres. Para comparação, podemos observar os números dos EUA, onde esses mesmos gastos são 75% maiores em relação com o mesmo período. O gasto com combustível por parte de companhias aéreas, entretanto, ainda é baixo: no Brasil é, hoje, 80% menor do que no final de 2019, e nos EUA é 27% menor.
Restrições de viagens
Em relação a esse aspecto, as fronteiras reabrindo de forma limitada são desafiadores para os viajantes e também para o ramo de viagens. Entretanto, os locais abertos como ligações entre Austrália e Nova Zelândia e entre os EUA e América Latina e Caribe já atingem e ultrapassam os níveis de antes da pandemia.
“Embora tenha havido uma real e impressionante recuperação nas viagens aéreas domésticas em vários mercados, a retomada não irá ocorrer da noite para o dia. A pandemia reduziu o setor a níveis de gastos que não surgiam há mais de 15 anos. Apesar de ainda haver muita incerteza, economias reprimidas, o desejo de viajar e ter aventuras mais longe de casa e a luz verde dos governos podem finalmente proporcionar um vento a favor para uma recuperação continuada das viagens”, afirma o economista-chefe da Mastercard e Diretor do Mastercard Economics Institute, Bricklin Dwyer.
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