Gol e Avianca criaram uma holding, e isso foi propício para ambas as nacionalidades, seja a brasileira ou colombiana, impactando no cenário latino americano como um todo. Contudo, tal movimento não é surpreendente, segundo o ex-diretor da ANAC, Ricardo Fenelon.
Pela aviação ser um dos setores mais instáveis, e sensíveis, a variações econômicas, consolidação entre empresas, como a criação de holdings, é uma saída para que elas continuem operando e se recuperem diante de crises, como a pandemia de COVID19
O anúncio não surpreende quem trabalha ou trabalhou no setor aéreo, sendo que é muito comum, em momentos de crises, acontecerem fusões e aquisições, pois os negócios são sinérgicos, convergentes. As margens do setor aéreo são pequenas, e essas uniões tendem a gerar mais lucros. Por exemplo, quando se negociam aeronaves, faz mais sentido o lote possuir maior número de equipamentos, pois o custo diminui. Este será um dos maiores ganhos para ambas as companhias, as quais tendem a aumentar as frotas, diz Fenelon.
O negócio é visto como bom pelos especialistas, pois aquilo que é feito para que as grandes empresas tenham ganhos financeiros, e consequente aumento de receitas, com inclusão de tecnologia e melhoria de gestão, é importante, ainda mais em um cenário fragilizado.
Segundo Fenelon, o caso da LATAM é um exemplo, onde se tem Delta e Qatar como sócias, sendo que transportadores aéreos sempre olham oportunidades, independente da concorrência ou não.
DIFERENÇAS ENTRE GOL E AVIANCA E LATAM
O negócio feito entre LAN e TAM, que gerou a LATAM, possui diferenças grandes em relação ao anunciado pela GOL e AVIANCA. Este tem mais chance de dar certo do que aquele, pois, apesar da holding, as marcas serão independentes e as gestões também, diferente da LATAM que tentou montar uma empresa única na américa do sul, imprimindo complexidade ao negócio, tendo em vista a região em que atua, muito desigual. A operação da holding, Abra, busca as sinergias, como foi feito no caso do grupo IAG, com as companhias British e Iberia caminhando separadamente, mas unidas.
As empresas Gol e Avianca, Sky, Viva Air, que são completamente diferentes, e estão envolvidas no negócio, têm chances de colaborar umas com as outras. A Gol, que sempre ressalta sua frota unicamente composta por boeings, não tem voos internacionais de longo alcance, diferente da Avianca. Contudo, a frota desta é composta por Airbus, e não boeings. Sky e Viva Air são empresas low cost, com modelo de negócio diferenciado, diz Fenelon.
É totalmente viável as empresas continuarem operando em seus países, com suas marcas, e buscando a sinergia em múltiplas operações. É uma relação ganha-ganha, e já está acontecendo, sendo prova da consolidação, onde todas as envolvidas irão se fortalecer, informa o ex-diretor.
Para a américa latina, a tendência é de melhora da gestão de produtos, com foco na inovação de maneira geral. Se as companhias não buscarem complemento de caixa, dessa forma, o negócio pode se tornar difícil. Ser otimista na aviação latino-americana a longo prazo, contudo, facilita o otimismo. O grupo se torna forte e terá um grande aporte, afirma o advogado.
Fenelon, quando perguntado sobre tarifas e a tendência, não possui qualquer previsão. O preço do bilhete é suscetível a inúmeros fatores, diz ele, por isso, a chance de errar em relação a isso é grande. Variação cambial, combustível, crises, entre outros que geram os preços.
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